Somar o ímpeto problemático da pesquisa científica com as dores vivenciadas no dia-a-dia de um advogado criminalista pode se tornar uma combinação formidável e um instrumento "bélico" poderosíssimo em favor do Estado Democrático de Direito. Num país no qual muitos indivíduos menosprezam advogados acadêmicos, os quais que também eventualmente menosprezam advogados que não buscam titulação acadêmica e que estão unicamente compenetrados em casos concretos de seus clientes, é importante se saber que os dois grupos de profissionais vivem numa necessária relação de mutualismo e precisam cada um da sabedoria do outro para que se tenha uma advocacia criminal sólida e consistente em suas teses. É um simples raciocínio lógico. A pesquisa científica é vazia sem os vícios e virtudes da prática real e, igualmente, a prática real se operacionaliza num círculo vicioso quando está sem as hipóteses científicas construídas pelo pesquisador, este que se ampara em premissas analisadas por métodos de pesquisa. Temos na presente obra estudos qualificados no âmbito das Ciências Criminais sob a ótica da advocacia criminal, que estão sistematizados em 12 capítulos. São pesquisas voltadas para problemas antigos e/ou atuais enfrentados pelos advogados criminalistas, desafio este que foi lançado para acadêmicos e profissionais no I Congresso da Advocacia Criminal Capixaba que se realizou nos memoráveis dias 13, 14 e 15 de julho de 2022. Na presente obra temos contribuições dos ilustríssimos autores Ana Clara Abreu de Almeida, Ananda Sassemburg de Aguiar, André Filipe Pereira Reid dos Santos, Caroline Cipriano Victoria, Diogo Dadalto Suzano, Eduardo Gomes Molulo Moisés, Elisa Bebber Chamon, Eva Eduarda Gomes Velten, Fabiana da Silva Ferreira, Frederico Pozzatti de Souza, Francarlo Luiz dos Santos Silva, Hian Gualberto, Juliano Freires Ramos, Luiza Ferreira Franca, Maria Cristina Uliana Rezende, Matheus Sardinha da Motta, Mauricio Wernersbach Chaves, Raphael Boldt, Sarah Raissa Monteiro Carlos Martins e Tiago Loss Ferreira. Precisamos fomentar cada vez mais a unidade entre os criminalistas pelo país, pois é necessário um corporativismo sadio e inteligente dentro da classe, afinal, sentimos todos nós as mesmas dores em nossos escritórios, delegacias, presídios, fóruns e tribunais. Anderson Burke (Advogado Criminalista/Professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da FDV)